segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Divagações (vídeo: Budha Bar - Nash Didan)


Onde eu estava
Será que dormia
Por que acordo agora pras coisas
Que dantes irreconhecia?

Em miragens, nas tardes de infantis esturpores
Sequer pudera imaginar tamanho esgarçamento –
Essa gaze acinzentada engolindo nossas manhãs –
Esse silêncio sem calor dos meios-dias.

Corro e corro e já não seguro o tempo -
Aprender é um verbo gestoso que dispensa pressa -
Mesmo assim me concentro. Corro com minha rede à caça de fragmentos
Recolho um a um, com paciência, e vou tecendo cotidianos reciclados.

Há quem os olhe, de longe, e encontre incoerência...
Mesmo assim eu os releio - e quando dou por mim
Estou de volta à vida, caminhando em seus saguões.
O Sentido das coisas – onde está que não o vejo?

Não é daqui, nem tampouco do estrangeiro.
É o mar que não tem ondas
É a festa sem folguedo.

Ele é o frágil ser que nasce
E que cresce em segredo.
Quando vemos, já o temos parido
Não uma, nem duas vezes,
Mas contínua e espasmodicamente.

Damos-lhe a luz nossa de que precisa
Sem saber que ele é nosso vital alimento.
Seguimos entrelaçados, íntimos, afiliadamente
Uma junção de partilhas em fusão física
De luz-matéria intermitente.

Agora, já sem pressa alguma...






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