terça-feira, 4 de maio de 2010

Humberto Maturana

Nasceu em 14Set1928 em Santiago de Chile é um biólogo (Neurobiologia) chileno, crítico do Realismo Matemático e criador da teoria da autopoiese e da Biologia do Conhecer, junto com Francisco Varela. e faz parte dos propositores do pensamento sistêmico e do construtivismo radical.

Maturana concluiu seus estudos no Liceo Manuel de Salas em 1954 para logo ingressar na carreira médica da Universidade do Chile. Em 1954 seguiu para a University College of London para estudar anatomia e neurofisiologia, graças a bolsa da Fundação Rockefeller. Em 1959 obteve o Doutorado em Biologia pela Universidad Harvard, nos Estados Unidos.
Posteriormente, registrou pela primeira vez a atividade de uma célula direcional de um órgão sensorial, junto ao cientista Jerome Lettvin do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT). Pela condução desta investigação ambos foram candidatos ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, ainda que não obtivessem a premiação. Em 1960 voltou ao Chile para desempenhar a função de professor adjunto na disciplina de Biologia da Escola de Medicina da Universidade do Chile. Fundou o Instituto de Ciências e a Faculdade de Ciências da Universidade do Chile em 1965.
Em 1970 criou e aprimorou o conceito de Autopoiese, que explica como se dá o fechamento dos sistemas vivos em redes circulares de produções moleculares, em que as moléculas produzidas com suas interações constituem a mesma rede que as produziu e especificam seus limites. Ao mesmo tempo, os seres vivos se mantém abertos ao fluxo de energia e matéria, enquanto sistemas moleculares. Assim, os seres vivos são "máquinas", que se distinguem de outras por sua capacidade de auto-produzir-se. Desde então, Maturana tem desenvolvido a Biologia do conhecimento.
Em 1990 foi designado Filho Ilustre da comunidade de Ñuñoa (Santiago do Chile). Além disso, foi declarado doctor honoris causa pela Universidad Libre de Bruselas. Em 1992, junto ao biólogo Jorge Mpodozis, gera a idéia da evolução das espécies por meio da deriva natural, baseada na concepção neutralista de que a maneira em que os membros de uma linhagem realizam sua autopoiese se conserva transgeracionalmente, em um modo de vida ou fenótipo ontogênico particular, que depende de sua história de interações, e cuja inovação conduziria a diversificação das linhagens. Em 27 de setembro de 1994 recebeu o Prêmio Nacional de Ciência no Chile, graças a suas investigações no campo da percepção visual dos vertebrados e a seus modelos conceituais a respeito da teoria do conhecimento.
É co-fundador e docente do Instituto de Formação Matríztica, em Santiago de Chile, onde trabalha com Ximena Davila (co-fundadora e docente) no desenvolvimento da dinâmica da Matriz Biológico-cultural da Existência Humana. A proposta do instituto é explicar as experiências desde as experiências, como um fazer próprio do modo de viver humano (cultura), em um fluir no entrelaçamento do linguajear e do emocionar (conversar), que é desde onde surge todo o humano.
O resgatar as emoções dentro duma deriva cultural que tem escondido as emoções, por ir contra da razão, é uma das aberturas de olhar propostas por Maturana, pois dá conta que a deriva natural do ser humano como um ser vivo particular, tem um fundamento emocional que determina esta deriva. O amor é a emoção que sustenta, funda o humano em tanto é o fundamento da recorrência de encontros na aceitação do outro, como legitimo outro que da origem à convivência social e por tanto à possibilidade de constituição da linguagem, elemento constitucional do viver humano. O AMOR é a emoção que sustena e permite o surgimento do humano, uma vez que é o fundamento da recorrência dos encontros na aceitação do outro, da outra como legítimo outro(a); dando origem, portanto, a convivência social e a possibilidade da constituição da linguagem, considerada um elemento consitucional do viver humano e somente do viver humano.

"Dizem que nós, seres humanos, somos animais racionais. Nossa crença nessa afirmação, nos leva a menosprezar as emoções e a enaltecer a racionalidade, a ponto de querermos atribuir pensamento racional a animais não-humanos, sempre que observamos neles comportamentos complexos. Nesse processo, fizemos com que a noção de realidade objetiva, se tornasse referência a algo que supomos ser universal e independente do que fazemos, e que usamos como argumento visando a convencer alguém, quando não queremos usar a força bruta." (extraído do livro "A Ontologia da Realidade" de Humberto Maturana - Ed. UFMG, 1997)

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